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Richie Campbell: “Não sei se quero fazer isto por muito mais tempo”.

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O que lhe dá prazer na música é fazer a música acontecer. É isso que tem acontecido ao longo de quase uma década de uma história incrível mas é possível que tudo isto venha a mudar.

 

O percurso de Richie Campbell é tudo menos habitual. Tudo começou quando os seus amigos de sempre formam uma banda para a qual não o convidam. Depois, uma noite num bar, em Lisboa, encaminha-o a um soundsystem e uma amizade que dá origem a uma comunidade e agência artística. Atirado para a frente de um palco, torna-se MC mas também um verdadeiro maestro, hábil com o público e com as palavras, conhecedor do reggae e da sua cultura. Nasceu Ricardo mas é como Richie Cambpell que se torna um verdadeiro gigante.

É na experiência que partilha tanto com os Stepacide quanto com os No Joke Soundsystem que vem a vontade de criar os seus primeiros riddims e é assim que o seu projecto a solo, efectivamente, se concretiza. Em 2010, apresenta My Path, uma mixtape editada em formato digital, para download gratuito, que o torna num dos primeiros nomes, em Portugal, a vingar no universo da internet. Ainda não tinha editado o primeiro álbum quando começa a viajar pela Europa, a abrir para Anthony B, e esgota o Campo Pequeno numa apresentação do reggae em nome de dois países, ao representar Portugal ao lado de Alborosie. Quando Focused chega aos escaparates, em 2012, já o mundo inteiro conhecia Richie Campbell o que faz com que, sem surpresa, In The 876, de 2015, tenha chegado ao nº1 do top digital nacional duas horas depois de ter sido editado… de surpresa. No ano seguinte, era o próprio Richie Campbell quem o anunciava na sua página oficial de Facebook: estava a escrever mas, o que vinha aí, era diferente. A caneta que tinha na mão concretizava a letra de “Do You No Wrong”, a colaboração com Lhast que viria a tornar-se o primeiro capítulo de Lisboa, a mixtape que revelou em Dezembro de 2017. Numa espécie de fecho de ciclo – ou será a criação de um novo? –, Campbell regressa às suas origens. Quando se encerra em si próprio, descobre que há, por ali, muito dancehall, muito r&b e muita honestidade à espera de ser revelada. Lisboa é um disco mas é também uma viagem ao âmago de um músico que não pára de crescer. Mesmo que, mais cedo ou mais tarde, este crescimento venha a ser muito diferente.

 

O M de Música agradece ao Rio Maravilha pela cedência do espaço para a realização desta entrevista.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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