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Filipe Sambado: “O próximo disco vai ser muito mais limpo”.

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Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo já tem sucessor: vai chamar-se Revezo e, segundo o seu autor, é um disco muito mais limpo. Que pode não soar, exactamente, assim.

Quando se estreou em disco, Filipe Sambado ia avisando: Isto É Coisa Para Não Voltar A Acontecer. Foi esse o nome que deu ao seu primeiro EP, em nome próprio, numa altura em que já se tinha descoberto nos meandros da produção e da colaboração com nomes como João Coração e quando o teatro já tinha ficado para trás. Sucederam-lhe mais dois EPs até que, em 2016, finalmente, se apresenta com Vida Salgada, o longa-duração de debute, onde a sua maneira de estar na música acaba por se tornar ainda mais clara. Porém, nem tanto objectiva.

A verdade é que, como na vida, a música de Filipe Sambado pertence a todo o lado sem pertencer a lado nenhum. Da mesma forma que o seu autor cresceu em espírito nómada, as suas composições têm tanto de imaginação quanto de realidade, tanto bebem nas obsessões pelos sons cristalinos de clássicos quanto no grão de embalos lo-fi. As palavras, essas, tanto podem ser concretizações de perspectivas de vida quanto mantras que levem a fingir que não se sente aquilo que, realmente, se está a sentir. Talvez seja a sua alma de actor que nunca tenha ficado para trás, aquela que faz com que um determinado corpo possa vestir muitas vidas. Essa parece, pelo menos, ser uma das posições da sua música.

Começou na bateria e a escrever rimas de hip hop mas, hoje, e quando se prepara para publicar o seu terceiro álbum, muito ficou para trás deste homem que tanto produz para si quanto para outros, que tanto escreve para a sua voz como colabora com Cristina Branco ou Miguel Angelo. Assina a solo mas nunca está sozinho, mergulhado em constantes parcerias e em comunidades artísticas como a Maternidade.

Ao terceiro álbum, o sucessor de Filipe Sambado & Os Acompanhantes de Luxo, Filipe Sambado vai chamar Revezo e a escolha não é por acaso – muito mais do que um disco sobre a vida, é um registo sobre a realidade. Para o autor, é o seu disco mais limpo mas, para quem o escutar, pode não ser, exactamente, assim. Uma coisa é certa: tal como fez em palco, será Filipe Sambado despido de preconceitos ou julgamentos. Ele faz o que gosta – e esse é melhor ponto de partida para qualquer história de sucesso. 

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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