Blaya: “Quis mostrar as minhas influências”.
Bailarina, cantora, rapper, escritora, professora, mãe, portuguesa, brasileira – tudo isto é Blaya, a menina que cresceu no Alentejo mas que encontrou no palco o seu habitat natural.
Não é de espantar que quando, em 2018, Blaya regressou ao seu percurso em nome próprio, os caminhos estilísticos fossem diversos. É essa a sua essência. Nasceu Karla, em Fortaleza; tornou-se Dama em Ferreira do Alentejo mas, no Algarve e com o hip hop na ponta de língua, passou a responder por Blaya. A dança levou-a mudar-se, primeiro para Sines e, depois, para Lisboa, onde acaba por fazer um casting para uma das mais importantes bandas portuguesas de todos os tempos. Acompanhando os Buraka Som Sistema, correu mundo mas ganhou muito mais do que carimbos no passaporte. Com o colectivo de Black Diamond aprendeu que a música não tem fronteiras geográficas e foram esses ensinamentos que colocou em prática quando, depois da pausa da banda e de um período mais virado para a sua veia de bailarina, regressou à música.
É o palco o seu habitat natural: é lá que consegue conciliar as suas duas grandes paixões – cantar e dançar. É no palco que Blaya “Faz Gostoso”, a primeira canção do seu novo trajecto, um dos momentos que 2018 vai ter cravado na sua história. Foi aí que se começou a desvendar um percurso que tem tanto de funk brasileiro quanto de afro-house, que mantém as suas raízes de hip hop mas que traz os ensinamentos do kuduro. São essas as influências de Blaya, a inventora do Pack Five Bundas, a conselheira do grupo secreto Late Night, a autora de Mulheres, Sexo e Manias, a mãe sensual que confessa ter vontade de escrever para crianças. Longe vão os tempos em que carregava um caderno azul, onde escrevia as suas primeiras rimas – mas a sua sede de fazer mais e diferente não parece próxima de abrandar.