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Tomara: “O que procuro é uma forma de expressão”.

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Filipe sempre encontrou na música um lugar mágico, onde não tem que pensar mas, simplesmente, intuir. E essa intuição pode surgir em várias linguagens, corpos e movimentos. Ou fantasmas.

Mesmo sem que se percebesse, o país foi acompanhando o crescimento – e a vida – de Filipe C. Monteiro. Primeiro, quando o público e a crítica se deixaram contagiar pela delicadeza etérea dos Atomic Bees, a banda que se tornou uma promessa tão grande que qualquer futuro seria, para sempre, insustentável. Depois, quando passou a acompanhar a vocalista da banda na sua nova persona a solo, não só actuando como tendo uma palavra a dizer na produção dos primeiros álbuns de Rita Redshoes. Depois, o olhar de Filipe tornou-se, também, o olhar das obras dos Da Weasel ou David Fonseca, exemplos de nomes para os quais assinou vídeos e telediscos. Nos últimos anos – quando poucos imaginavam que havia de surgir uma nova realidade –, Filipe tornou-se o parceiro de produção, de palco e de vida de Márcia. Aquela que é a grande responsável pela concretização de Favourite Ghost.

Perfeccionista confesso, declaradamente auto-crítico, Filipe tinha muito mais música em si do que aquela que estava a fazer com os outros mas o medo do fracasso, a vergonha, faziam-no entrar em negação. Até que Márcia lhe diz, declaradamente, que ele tinha que editar um disco. Primeiro, pensou em fazer uma compilação de pequenos instrumentais, misto de canção com banda-sonora para filmes que, posteriormente, realizaria. Mas a vida deu-lhe uma volta digna de ginastas rítmicos de alta competição: a descoberta da paternidade trouxe palavras a esses pequenos instrumentais e Tomara ganhou corpo. E voz. Favourite Ghost é uma jornada de melancolia onde a felicidade é vislumbrada ao encarar os medos. Os fantasmas, afinal de contas, podem ser amigos e este é um disco de amor. Entre instrumentais e canções cantadas, em telediscos e sentimentos, Tomara é, como Filipe anseia, uma forma de expressão. Que parte dele mas que vai muito além.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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