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Fábia Rebordão: “O que me move é a raiz”

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O fado pode ser a sua oitava cor mas o que torna Fábia Rebordão única é a forma como o seu eu se deixa contagiar por muitas outras tonalidades.

Talvez estivesse tudo escrito nas estrelas e não houvesse outra opção, para Fábia Rebordão, senão cantar – cantar a verdade que se chama fado. Foi depois de participar, pela segunda vez, em Cantigas da Rua, programa emitido pela SIC, que um vizinho lhe disse que achava que ela tinha voz de fado. Incumbiu-a de aprender dois fados e levou-a à Tasca do Chico: Fábia nunca mais foi a mesma. Deixou-se embrenhar pela magia do fado vadio, pelo ambiente das casas de fado, pelo silêncio que une, na penumbra, o guitarrista, o fadista e o seu público. Quis saber mais e encontrou escola na prima em terceiro grau que nunca conheceu, Amália; com Celeste Rodrigues, partilhou vida, disco e palco. Com 14 anos, já era presença assídua em espaços emblemáticos como os Ferreiras ou Taverna do Embuçado e, apesar de já fazer do fado a sua principal profissão com 15 anos, ainda se atirou às aventuras de um musical, em My Fair Lady, de Filipe La Féria, aos circuitos de bares e casinos ou aos riscos de concursos de talentos como Operação Triunfo. Em 2011, estreia-se, finalmente, nos álbuns, com A Oitava Cor, que surgiu de um desafio do homem que viria a tornar-se o seu produtor até hoje, Jorge Fernando. Meia década mais tarde, e 50 quilos mais magra, Eu mostrava (ironicamente) uma Fábia ainda maior e mais destemida, sem pudor em deixar o seu fado ser tatuado por outros ritmos de raiz, da música de África às cores do Brasil. No momento em que prepara o seu registo #3, esse trajecto é revisto e aumentado, num trabalho que volta a ser partilhado com os três mosqueteiros da sua produção: Jorge Fernando, Hugo Novo e New Max, uma das metades dos Expensive Soul. O fado é a vida de Fábia Rebordão e a vida de Fábia Rebordão é o fado mas estes são apenas dois ramos das diversas raízes que lhe dão vigor.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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