Linda Martini: “Este disco tornou-nos mais banda”.
Depois de um registo homónimo, há uma nova questão que se impõe: Linda Martini é, hoje, nome de pessoa, de disco ou de banda? Segundo Hélio, ao fim de 15 anos de história, os Linda Martini estão mais vivos do que nunca.
Quando sobem ao palco, os Linda Martini são confrontados com uma realidade inesperada: nas filas da frente, uma boa parte do seu público ainda não era nascida quando, em 2003, das cinzas de um colectivo que unia Hélio Morais e André Henriques, brotava o quarteto que pedia o nome emprestado a uma colega italiana de Pedro Geraldes. Ao longo de década e meia de caminho, marcado pela edição de quatro álbuns e três EPs, uma pergunta parecia inevitavelmente pairar sobre o quarteto: quem é a Linda Martini? Baptizar o seu quinto álbum com o nome que partilham com a tal italiana poderia significar que todas as dúvidas se dissipariam – só que não. Ao assinarem o disco que melhor reflecte o pulso do quarteto (composto por Cláudia Guerreiro, Hélio, André e Pedro) em palco, os Linda Martini apontam ao presente com um piscar de olho ao passado, da fúria do hardcore que os viu nascer ao trabalho com Santi Garcia, com quem já haviam colaborado em Olhos de Mongol e Marsupial. Linda Martini, o disco, foi construído a quatro mãos, em dois retiros por terras nacionais (em Amares e na Arrábida) e gravado em isolamento da rotina do dia-a-dia, na Catalunha, em Outubro de 2017. Ao mesmo tempo que a região ibérica declarava independência de Espanha e as notícias da terra-natal davam conta de um país em chamas, os Linda Martini registavam o seu perfeito auto-retrato. Linda Martini não tornou os Linda Martini (apenas) mais banda – é a prova que os quatro estão mais vivos do que nunca.