Moullinex: “Elsewhere foi um desafio”
Moullinex divide-se entre Portugal e o mundo.
Moullinex é músico, DJ, produtor e editor mas, acima de tudo, é um sonhador. Elsewhere é isso mesmo: um terreno de fantasia onde os caminhos da felicidade são feitos a dançar. Luís Clara Gomes pode manter uma vontade de descoberta mais típica nas crianças mas faz música como gente grande.
É o próprio Luís quem se assume como um puzzle: faz sentido. Para a sua persona artística, escolheu rebaptizar-se com nome de electrodoméstico francês. Cresceu em Viseu mas, visitando a sua página oficial de Facebook, descobre-se que a sua vida se divide entre Lisboa e Munique. Porém, isso talvez não seja justo – categoricamente, será demasiado redutor. A sua base, hoje, pode ser a capital portuguesa mas Moullinex leva a sua música ao mundo inteiro. É isso mesmo que se pode confirmar em Elsewhere: A Dream Journal, o documentário que estreou no dia 24 de Maio e que acompanha a digressão que sucedeu à publicação do seu segundo longa-duração. “Tem como premissa o álbum e a digressão que fizemos nos Estados Unidos, na América do Sul, algumas datas na Europa”, conta Luís. Realizado por Tiago Ribeiro e com produção da Red Bull, Elsewhere: A Dream Journal, pega, então, nessas viagens e nesses concertos para explicar como é que Moullinex chegou… aqui. “É uma reflexão sobre o que é ter uma operação independente, uma editora, um projecto individual mas que requer colaborações e a participação de muita gente. É uma vista, dos meus olhos, sobre o mundo”.
Moullinex é senhor de vários sapatos: tanto se sente confortável a compor quanto atrás dos pratos; senta-se na cadeira de produtor e também é metade – com Xinobi – da Discotexas, um colectivo agregador de artistas e a editora onde alinham, por exemplo, Da Chick, Mirror People ou Throes + The Shine. Pode parecer muita coisa para um homem só mas Luís é categórico quando afirma que precisa de todos esses lados. “A verdade é que não consigo ficar satisfeito com apenas uma dessas coisas”. Talvez isso se deva ao facto de nunca saído da idade dos porquês. “Acho que esse é o problema do ser humano: achar que, um dia, saiu da idade dos porquês e deixar de questionar e de estar curioso. Quanto mais formos capazes de nos colocarmos naquele estado de fascínio e de descoberta, da infância, mais criativos e mais felizes somos”.
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