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Sara Tavares: “Descobri-me através da música”.

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Entre Portugal e Cabo Verde, Sara Tavares não deixa margem para dúvidas: há muito que tem orgulho em ser cabo-verdiana de Lisboa.

 

Primeiro, veio Portugal, depois descobriu África. Primeiro, veio a música, depois veio todo o conhecimento das suas origens. Sara Tavares descobriu-se ao mesmo tempo que foi descobrindo a cultura do país dos seus pais. Sem explicação, sempre que ouvia música na rádio, tinha o ímpeto de acompanhá-la. Sem explicação, eram os artistas afro-americanos quem lhe despertava o interesse. África, como a música, estiveram sempre “lá”. Em menina, coloca-se em frente ao espelho, para dar os seus primeiros concertos privados; em adolescente, apresenta-se ao país para interpretar a estrela cujos posters forravam o seu quarto; em adulta, leva a sua Lisboa mestiça a todo o mundo. Cabo Verde esteve sempre fitxadu no seu peito, no seu pulsar, na sua alma. Ao mesmo tempo que descobriu a cultura cabo-verdiana, a música africana, as tradições e o idioma, sempre com a música como ponto de partida, encontrou um ponto de chegada muito mais abrangente: descobriu-se a si própria.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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