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Prana: “Uma descoberta de nós próprios”.
Perfeccionistas, devotos aos pormenores, apaixonados por narrações: assim são os Prana.
As canções dos Prana nunca são, exactamente, aquilo que parecem. Em movimentos, à partida, simples escondem-se as muitas camadas de uma criação recheada de pormenores, que tanto aposta em melodias directas quanto em letras mais densas, como se as mais interessantes narrações pudessem nascer do inesperado. Tem sido assim desde o princípio, quando, sem grandes expectativas, num jardim de São João da Madeira, um grupo de amigos se reuniu, apenas com algumas guitarras e embalados por uma saca de cervejas. Uns vinham do rock a da pop, outros do jazz mas, subitamente, sentiram que era “ali” que tudo fazia sentido. Em Novembro de 2007, estabelecem-se, oficialmente, como Prana, uma palavra em sânscrito que se traduz por energia vital – porque vital se tornou, também, toda esta música. Numa década, editaram três álbuns, onde tanto narraram o percurso de vida de um só personagem quanto se debruçaram pelos mais escuros recantos do amor. Depois de algumas alterações na formação do grupo e de muitas outras colaborações, no registo #3 optaram por viajar até ao âmago da sua essência, numa verdadeira descoberta daquilo que são, efectivamente, os Prana. Chamaram-lhe Ser Nenhum mas a única negação do disco está mesmo no seu título: por aqui, entre electrónica e momentos autobiográficos, revelam-se conceitos íntimos e explosões universais, injustiças sociais e lutas psicológicas. São apenas três mas, nas viagens das suas canções, os Prana descobrem muito mais do que apenas quem são – dão coordenadas para toda uma vida.