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The Legendary Tigerman: “O amor é a coisa mais inspiradora de sempre”.

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Esta é uma música que não se encerra na música. Esta é uma one man band que não se encerra num só homem. Em The Legendary Tigerman nada é exactamente aquilo que parece.

 

Quando surge em frente ao público, é desafiador, impetuoso e devastador, bem à semelhança do animal que escolheu para baptizar a sua persona artística – porém, Paulo Furtado é bem diferente de The Legendary Tigerman. Na verdade, a música nem sequer estava nos seus planos, quando passava horas a brincar sozinho e, mais tarde, quando os dias voavam enquanto se colocava em frente a uma tela. Adorava fotografia e pintura e só começa a tocar guitarra com 14 anos – inspirava-se, por exemplo, nos ensinamentos dados pelas versões dos Cramps mas nunca pensou que tivesse algo realmente importante para dizer enquanto músico. Quando, com uma amiga, sobe ao palco pela primeira vez, o desafio passou por compreender se o tipo mais envergonhado do mundo conseguia, de facto, actuar em frente a um público (mesmo que essa audiência fosse composta por senhoras a jogar às cartas). Até que surgem as primeiras bandas de garagem, como os Olha Olha Olha Tem Pirâmides Lá Dentro. Seguem-se os Tédio Boys e nada ficaria como dantes. Com o final desse projecto de culto, isola-se durante um Verão, determinado em compor para uma nova banda: ao mesmo tempo que nascem as primeiras canções de Wraygunn, a presença de uma tarola e um prato de choques naquela garagem dão origem à realidade que lhe mudaria a vida. O primeiro álbum, Naked Blues, surge em 2002 e o resto é história, uma história feita de rock à flor da pele, de blues com cheiro a Delta do Mississippi mas também de garage envolto em volúpia. Depois de celebrar a mulher e de contar a sua verdade, ao sexto álbum chamou Misfit. Ele pode ser inadaptado mas outra coisa não se espera de um verdadeiro homem-tigre.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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