Em Dia de Portugal, o Porto recebeu um cartaz digno das melhores famílias reais.
É ambivalente a reacção à passagem de Brian Wilson pelo NOS Primavera Sound, num misto de orgulho pela representação, em palco, de uma música que perdurará para sempre com a tristeza de encontrar um génio (feliz, é certo) totalmente vencido pelas agruras do tempo. As suas canções, porém, nunca serão esquecidas, nem passaram despercebidas às dezenas de milhares de pessoas que estiveram no segundo dia de festival. Momento para mais tarde recordar: a imensa colina frente ao palco Nos, dançando com a liberdade que só a mais brilhante das obras pode inspirar, ao ritmo de ”Good Vibrations” ou ”Surfin’ USA”. Incrível e inesquecível.
Se Wilson foi o rei, as rainhas foram muitas – do garage sujo e imparável do regresso das Savages ao NOS Primavera Sound (se Jehnny Beth estava com dores de costas, como disse, ninguém diria) à delicadeza titubeante dos Beach House, passando, claro, por Polly Jean Harvey. The Hope Six Demolition Project não é um disco fácil mas PJ, em palco, solene, sensual, incólume, é única. Há muito que não surge de guitarra em riste mas a sua magia continua lá.