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Tozé Brito: “A minha música vai continuar depois de mim”.

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A prova da qualidade de uma obra é a forma como resiste ao tempo. Por esta ordem de ideias, Tozé Brito há muito que se tornou imortal.

 

Não gosta que digam que tem uma longa carreira – porque, no seu ponto de vista, carreiras têm os autocarros. Tem uma certa razão: a música, para Tozé Brito, nunca foi uma carreira – é, antes, uma forma de estar na vida. A única que alguma vez almejou.

Em criança, para comer, lá está, tinha que haver música. Quando fez planos para o seu futuro, mais uma vez, tinha que haver música. Por isso, talvez não seja assim tão surpreendente que, aos 15 anos, já partilhasse os Pop Five Music Incorporated com o seu primo, Paulo Godinho, irmão de Sérgio. Ainda é menor quando José Cid o convida para integrar o Quarteto 1111 e nunca nada ficaria como dantes: a ponto de, quatro décadas mais tarde, uma das primeiras canções que escreveu para esse grupo tenha sido samplada por Jay-Z no álbum 4:44. Ainda passou pelos Green Windows e pelos Gemini, até deixar as bandas, de forma activa, e ingressar num outro lado da música: o das editoras. Dirigiu duas multinacionais mas acumulou sempre com a função de A&R, claro, porque, mais do que o negócio, o que o movia era a música. Da mesma forma que tomou o país de assalto com a leveza dos Gemini, nos anos 70, na década de 80 oferecia a Portugal a primeira girls-band, as Doce, ao mesmo tempo que tornava o actor Victor Espadinha em cantor e assinava um dos maiores fenómenos da música portuguesa, “Recordar É Viver”. Se é de música que se fala, tanto escreveu para Carlos do Carmo quanto fez as delícias infantis com Abelha Maia, dançou com os Anjos e encantou o mundo com Ana Moura. A Memória do Amor, a compilação que editou em 2018, assinala os 50 anos de edições que começaram com o primeiro EP dos Pop Five Music Incorporated: no disco, a canção mais antiga data de 1971 mas apresenta dois inéditos. Ele diz que vai escrever para sempre – uma coisa é certa, as suas canções há muito que se tornaram eternas.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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