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The Cult – Hidden City

The Cult – Hidden City 2.0
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Crítica

The Cult

No caso de Hidden City, menos poderia ser muito mais

Há bandas assim – que teimamos em não assumir que o tempo passou e as coisas mudaram. Que teimamos em pegar num disco novo com a esperança de que nos venha a provocar a mesma sensação hipnotizante de outros capítulos. Quando essas bandas regressam aos álbuns, surge um misto de pavor com esperança: o pavor da desilusão com a esperança da surpresa. Os Cult são uma dessas bandas. E o seu novo álbum, Hidden City, um objecto agridoce, que nos forçamos a gostar. Até que compreendemos que isso, simples e infelizmente, não é possível.
Tudo parecia destinado a resultar: o final de uma trilogia, o regresso de Bob Rock à cadeira da produção, a largada com “Dark Energy” (onde a voz carismática de Ian Astbury se associa, na perfeição, à guitarra encorpada de Billy Duffy). Sim, a senda até tem alguns pontos positivos – “No Love Lost” é uma marcha temerosa, “In Blood” aproxima-se dos blues, “GOAT” é rock puro. Só que nada disto parece chegar para as expectativas, para aquilo que se sabe que os Cult são capazes (e vem-nos à memoria que Love foi editado há pouco mais de 30 anos). Nada disto parece suficiente para equilibrar objectos inenarráveis como “Lillies” ou “Sound of Fury”.
No caso de Hidden City, menos poderia ser muito mais – e, apesar de, após a insistência teimosa, até ser possível encontrar-lhe alguma qualidade, de repente, lembramo-nos que é um disco dos Cult. E lamentamos…

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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