peixe:avião – Peso Morto
Íntimo e denso, tão nebuloso quanto nublado, Peso Morto é, segundo os seus autores, o seu registo mais minimal
Atmosferas cinza escuro. Ruas sujas e isoladas. Tremores. Nervoso. Poderiam ser estas as cenas escolhidas para oferecer imagens a Peso Morto, o quarto álbum dos bracarenses peixe:avião. Se o disco precisasse de imagens…
Íntimo e denso, tão nebuloso quanto nublado, Peso Morto é, segundo os seus autores, o seu registo mais minimal mas impele a muito: a uma agradável sensação de desconforto, onde o embalo surge num misto de necessidade de partir com uma imensa vontade de ficar, de inconstância incómoda, qual sonho povoado por guitarras lustrosas e teclados redondos, por vozes cruas e emoções em ruptura, em ritmos cardíacos. Há por aqui uma intensidade indie em corpo rock, uma vontade instrumental em música cantada, uma dualidade permanente em oscilações inesperadas. Arrastadas. Em arrasto. Com peso, sim, mas com uma vida imensa. Este disco não precisa de imagens e este peso – e há peso – está cheio de vida.