Guitarrista dos Linda Martini apresenta-se a solo
Primeiro, deu-se a conhecer nos Linda Martini. Depois, compôs e actuou com outros, em projectos tão diversos quanto Mão Verde, com Capicua, Aline Frazão ou Carminho. Agora, finalmente, aventura-se a solo. “Almada” e “Darque (no chão da Califórnia)” são as primeiras canções apresentadas, por Lázaro, o alter-ego escolhido por Pedro Geraldes.
Segundo comunicado de imprensa, “Lázaro é Pedro Geraldes. O mesmo Pedro Geraldes de Linda Martini, mas sozinho. Desde sempre compôs para as gavetas e para os amigos. Com guitarra, pedais, sintetizadores, computadores e muitas outras coisas sonoras. Agora, abre a sua música a quem quiser ouvir”. Esta libertação da sua música, ironicamente, surgiu na fase em que Geraldes foi obrigado a ficar em casa, sendo o resultado “dois temas catárticos e hipnóticos. A primeira que tem excertos da “A cena do ódio”, de Almada Negreiros, numa voz visceral e quase irreconhecível de Mário Viegas, sobre uma batida que nos parece querer atirar para a frente. A segunda, mais soturna, num ambiente que poderia sair de um filme de David Lynch, traça uma viagem pulsante por um percurso que mistura sonoridades eletrónicas com guitarras, ora etéreas, ora cortantes, a um poema de Eugénio de Andrade dedicado a Jorge de Sena”.
Estes dois momentos, porém, não se prevêem filhos únicos – até porque “Lázaro, pretende voltar à vida muitas vezes, ao ritmo das suas vontades, para ir libertando mais temas do seu arquivo, sem pretensão ou compromisso, para (talvez um dia) reunir tudo num vinil bonito”.