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Papillon: “Sinto que ainda estou no casulo”.

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Deepak Looper, o primeiro álbum de Papillon, pode terminar com “Metamorfose, pt2” mas o foco do seu autor está, ainda, no processo. Aquele que o vai fazer evoluir e levar mais longe.

Primeiro, podia ter-se tornado jogador de futebol – não fosse uma lesão tê-lo atirado para um longo processo de recuperação. Fechou-se uma porta mas escancarou-se uma janela. Confinado ao seu quarto, é no isolamento de quatro paredes que leva mais longe a paixão que tinha descoberto ainda em criança quando, do alto dos seus sete anos, tinha ouvido “Táctica Lírica”, dos angolanos SSP, pela primeira vez. Os seus amigos não eram tão apaixonados quanto Rui pela forma impactante com que as palavras eram disparadas no rap mas o rapaz que estudou comunicação sabia que aquele era um universo fascinante. Pode não parecer possível mas todas estas histórias são contadas em Deepak Looper, o primeiro álbum a solo de Papillon, o MC que se deu a conhecer na Liga Knock Out e como elemento dos GROGNation mas que colocou todo o seu ser no seu longa-duração de debute.

Deepak Looper, porém, não é, apenas, um disco: é uma verdadeira narração de vida. A vida do Rui, o rapaz que assume que pensa demais, que adora a ideia de várias camadas – artísticas, interpretativas, de leitura – tanto nas obras que consome quanto naquelas que assina. É, também, apenas um ponto de partida para uma evolução constante: daí a ideia de (quase) todas as canções terem as letras IM (ou “eu sou”) e de surgir, na capa, num casulo. O Rui sabe que Papillon ainda tem muito para fazer, para mostrar – e todos aguardam. Ansiosamente.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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