Benjamim: “Estar em estúdio é magia”.
Nasceu Luís, inventou-se Walter Benjamin, encontrou-se Benjamim. É músico mas também é produtor, colocando nas obras alheias a mesma magia que sempre encontrou na música.
Quando todos os amigos passavam horas agarrados a consolas de jogos, Luís – para gáudio do pai, engenheiro mecânico – deixava-se fascinar por cabos e instalações eléctricas. Na verdade, o que lhe interessava era a experiência, a descoberta de como podia fazer mais com os elementos que estavam à sua disposição. Foi assim, por exemplo, que descobriu que uns auscultadores, ligados à aparelhagem de casa, podiam servir para gravar uma guitarra. A alma de músico já lá estava – a sede de produtor também.
De certa forma, desde 2008, a sua (invisível) impressão digital tem-se espraiado pela música portuguesa. É certo que, enquanto autor, já se estreara no ano anterior, com o EP de Walter Benjamin, The Dog Follows The Bull, mas é nessa altura que faz a sua primeira produção alheia, quando colabora com B Fachada, em mini-CD. Para trás, acabaria por ficar a Antropologia e Lisboa, quando se muda para Londres, determinado a estudar Engenharia de Som. É na capital britânica que tudo, no entanto, acaba por mudar: descobre-se autor em português e recebe, também, o convite para produzir Dá, o primeiro álbum de Márcia, publicado em 2010. De lá para cá, regressou a casa, explorou as suas raízes no Alvito, editou Auto-Rádio e partilhou 1986 com Barnaby Keen, ao mesmo tempo que foi deixando a sua assinatura na produção de nomes como Flak ou Joana Espadinha, Golden Slumbers ou Tape Junk, João Pedro Pais ou João Só. Com todos, viveu momentos irrepetíveis, cristalizados numa união e partilha que só podem ser encontradas quando se está em estúdio. É aí que se faz magia – e é essa a magia deste mago.