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Beatriz Pessoa: “Gosto de contar histórias”.

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Imaginou-se intérprete mas foi como compositora que Beatriz Pessoa descobriu a sua verdadeira voz.

Apesar de ter feito todo o seu percurso académico devota à música – primeiro no Hot Clube, depois com a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa –, Beatriz Pessoa considera que a sua aprendizagem nunca terminou. Provavelmente, nunca vai terminar: porque aprende-se música com a convivência com outros músicos, assistindo aos seus concertos, testemunhando a sua arte. Por isso mesmo, a aluna, agora, também já é professora: à séria, nas suas aulas de voz, e como inspiração, em quem escuta as suas canções.

Tardaram a chegar. As canções, as suas. Porque Beatriz, de certa forma, estava tão apaixonada pelo acto de interpretação de standards de jazz ou de momentos mais contemporâneos que não imaginava que tivesse algo para dizer. Até que o amigo e baixista João Hasselberg, numa viagem de comboio, lhe lançou a ideia. Algum tempo depois, em Paris, durante o semestre de Erasmus que fez no conservatório da cidade, no isolamento de se encontrar num país estranho marcado (também) pela época dos ataques terroristas, viu-se de caneta na mão, sentada ao piano, a contar as suas histórias. Da mesma forma que, após os primeiros workshops, no CCB e em Barcelona, compreendeu que a música era aquilo que queria fazer, quando começou a compor, nunca mais parou. Na sua voz, tanto se vive jazz quanto se respira pop. Nas suas palavras, tanto se vislumbram influências da música brasileira quanto se encontra morada no fado – ou não tivesse, já, cantado para Mallu Magalhães e composto para Cristina Branco. Afirma que quer fazer tudo com calma e que foi por isso que preferiu editar dois EPs de seguida, ao invés de se lançar na aventura de um primeiro longa-duração. Porém, também é a primeira a admitir que, quando decide fazer algo, nada a pára – nem mesmo os vizinhos, que preferiam que ela não encontrasse a musa da inspiração em largas horas da noite.

O que Beatriz Pessoa quer é cantar mas o que descobriu que gosta mesmo de fazer é contar histórias – a sua está, apenas, a começar.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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