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Dealema: “O mais importante é fazer música que perdure”.

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Quando começaram, não tinham muito mas aproveitavam todos os poucos para fazerem mais. É raro os cinco Dealema estarem juntos sem ser em palco mas foi esse o privilégio encontrado pelo M de Música.

Pode parecer tudo certo no bilhete de identidade dos Dealema mas, na verdade, nada é exactamente aquilo que parece. O ano de nascimento oficial é apontado como 1996, data em que se estreiam, em disco, com o EP Expresso do Submundo – mas os primeiros sintomas para esta história (única, diferente) vinham lá de trás, dos tempos dos Fullashit e dos Factor X, do concerto de Gabriel O Pensador, no Coliseu do Porto, em 1994, da gravação de “H.I. Vedeta” que, em 1995, passa em Repto, o programa de José Mariño, na Antena 3. O local de nascimento também parece evidente: é no Porto, entre o Segundo Piso, em Campinas, e o Bloco 24, em Ramalde, que o pentágono, realmente, ganha forma mas o primeiro concerto é dado numa festa de Carnaval, no Liceu de Gaia. Os Dealema podem ser uma entidade própria mas, antes de mais nada, são cinco personalidades – é esse, provavelmente, o seu maior segredo.

Expeão, Guze, Fuse, Maze e Mundo formam os Dealema mas os Dealema são um reflexo de cada um deles – e da fome de cada um, do seu desejo por criar uma música intemporal, que (muitas vezes) só é, realmente, compreendida anos mais tarde. Quando começaram, os Dealema não tinham muito mas fizeram tudo acontecer: do primeiro EP ao movimento que criaram à sua volta, da estreia numa editora à tomada de consciência que, para se manterem “dealemáticos”, o caminho era o da total independência. Nas suas rimas, expõem as suas personalidades e elevam a mente – a deles e a de quem os segue com um culto que há muito se tornou clássico. Na entrevista com o M de Música, ao referirem a sua longevidade, referem a constante renovação dos seus fãs, que, agora, já incluem os filhos dos seus primeiros seguidores. Não é isso, no entanto, que os torna “cotas” – até porque a tal sede de fazer algo diferente, distinto e único nunca acalmou. Mais de duas décadas depois dos primeiros passos, o hip hop, nos Dealema, parece uma aventura que está, apenas, a começar, a encontrar novos caminhos – como a jornada que os leva a reencontrar as suas canções de sempre, agora, com banda. A sede deles é a mesma mas a sede que a sua arte instiga também nunca findou. Esta é, de facto, uma música que perdura – que tem perdurado e que vai perdurar.

Ana Ventura Ana Teresa Ventura trabalhou na Blitz durante dez anos e hoje podemos vê-la tanto em festivais de verão cobertos pela SIC, como na sua rubrica, M de Música do programa Mais Mulher, na SIC Mulher.

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