Dead Combo: “Nos nossos discos, há sempre imensas pessoas”.
Os Dead Combo são, apenas, dois mas esta é uma música com muita gente dentro. Tanta quanto a Lisboa que os viu nascer e que, desde sempre, guiou esta obra única.
Nasceram em Lisboa e, sem Lisboa, os Dead Combo não seriam quem são. Pedro e Tó já se conheciam – aliás, chegaram a partilhar uma sala de ensaios – mas foi preciso um frustrado pedido de boleia, após um concerto de Howe Gelb, para que começassem a colaborar. A proposta é feita por Tó Trips, desde sempre ligado a projectos de pulsar rock, que gostaria de contar com o contrabaixista de escola jazz, Pedro Gonçalves, na sua participação numa colectânea de homenagem a Carlos Paredes, organizada, em 2003, por Henrique Amaro. “Paredes Ambience” marca o encontro deste gangster e deste cangalheiro em disco, quando as personagens ainda não existiam mas o nervo de uma música ímpar já dava os primeiros sintomas. Seguem-se os álbuns de originais – aventura iniciada com Vol. I, em 2004 –, as colaborações – em palco, por exemplo, com a Royal Orquestra das Caveiras, em disco, com as Cordas da Má Fama –, os espectáculos além-fronteiras e a internacionalização. Na Lisboa carregada nas suas canções cabe um mundo inteiro e é a Lisboa que interpretam que cativa, também, o mundo – quer nos concertos quer no cinema ou na televisão. É uma Lisboa que tanto pode ser mulata como um enorme hotel, onde cabem todas as cores, credos e gentes. É uma Lisboa repleta de pessoas, tão cheia de nomes e referências e inspiração como a música que acaba por inspirar. Esta aventura pode ter começado como uma forma de dois criativos não desistirem da música mas esse precipício há muito ficou para trás.
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